Verificar que a energia e dissipada ao longo da cadeia alimentar em forma de calor?

Não é fácil de verificar isso formalmente, se é que é possível, mas com um pouco de raciocínio dá pra construir um argumento convincente.

Primeiro, partimos do pressuposto de que a energia é conservada em qualquer transformação em sistemas. Os organismos autotróficos conseguem sua energia a partir da quebra de ligações químicas inorgânicas (no caso dos quimiossintetizadores) e a partir das reações nucleares do Sol (no caso dos fotossintetizadores) e as armazenam na forma de ligações químicas em moléculas de hidrocarbonetos por meio de ligações endotérmicas.

Essa energia é aproveitada pelos heterótrofos pela quebra das ligações construídas pelos autótrofos em reações sempre exotérmicas. Como qualquer reação química não possui rendimento total, uma parte da energia liberada é perdida na forma de calor.

Um outro raciocínio parecido, mas um pouco mais profundo envolve o conceito de entropia. A entropia de um sistema pode ser considerada a quantidade de energia contida em um sistema na forma de calor. Ela também é conhecida como a quantidade de desordem de um sistema, embora essa definição seja bem grosseira.
A entropia, diferente da energia, não se conserva, ela sempre aumenta, porém é possível diminuir a entropia de um sistema aberto desde que a entropia de outro sistema aumente ainda mais.

Seres autótrofos diminuem sua entropia interna construindo hidrocarbonetos ao custo do aumento da entropia do Sol e de minerais inorgânicos. Seres heterótrofos, diminuem sua entropia interna ao custo do aumento da entropia dos alimentos que eles ingerem.
Assim, a cada passo, a entropia total (a energia desperdiçada na forma de calor) aumenta. Podemos dizer que o verdadeiro papel da alimentação não é conseguir energia, é diminuir a entropia.