Cadastre-se

Para realizar o cadastro, você pode preencher o formulário ou optar por uma das opções de acesso rápido disponíveis.

Entrar

Por favor, insira suas informações de acesso para entrar ou escolha uma das opções de acesso rápido disponíveis.

Forgot Password,

Lost your password? Please enter your email address. You will receive a link and will create a new password via email.

Captcha Clique na imagem para atualizar o captcha.

Você deve fazer login para fazer uma pergunta.

Please briefly explain why you feel this question should be reported.

Please briefly explain why you feel this answer should be reported.

Please briefly explain why you feel this user should be reported.

PergunteAqui Latest Perguntas

  • 0
Anônimo(a)

Qual o tempo e o enredo do texto UMA GALINHA de CLARICE LISPECTOR?

Qual o tempo e o enredo do texto UMA GALINHA de CLARICE LISPECTOR?

Você precisa entrar para adicionar uma resposta.

1 Resposta

  1. A VIDA ÍNTIMA DE LAURA
    Laura é muito “burrinha”, mas infinitamente bondosa, “muito da simples” e também a “galinha mais simpática que já vi”. No caso, quem disse que viu foi Clarice Lispector, que é identificada na história como um narrador que tudo observa de um de ângulo central, de onde tudo é mostrado diretamente. Assim como todos os romances ou contos de sua autoria.
    Laura é uma galinha casada com o galo Luís. Ambos são muito vistosos e simpáticos, mas não cheiram bem. Laura põe muitos ovos, enquanto Luís canta muito bem e gosta muito dela. Ela é uma galinha muito bonita por dentro apesar de Ter um pescoço muito feio, mas o que realmente importa são seus “pensamentozinhos e sentimentozinhos”. Ela tem muito medo de que um dia a matem e por isso “sai cacarejando feito uma doida”: “Ela cacareja assim: Não me matem! não me matem!
    Mas não a matam porque ela pões muitos ovos. Certa vez, ela pôs um ovo, do qual nasceu um pintinho muito amarelo – chamado Hermany – e que logo já pegou a mania da mãe: comer, comer, comer! A galinha Laura também se protegia à sua maneira: fazia um barulhão cacarejando. Os galos, logo incentivados berram, afugentado o ladrão pela barulheira que acordava a casa inteira, que logo acendia todas as suas luzes. Outro dia a cozinheira disse à Dona Luísa – dona de Laura – que a galinha já estava ficando velha e não botando mais tantos ovos e que era melhor ela virar comida: galinha ao molho pardo. Mas Dona Luísa não tinha coragem de comer Laura de jeito nenhum.
    Laura também chegou a conhecer Xext – um jupteriano – já que era uma galinha muito simpática. Conversaram e ela acabou por lhe fazer um pedido: disse que se seu destino fosse virar comida, queria é ser comida por Pelé. Xext foi embora e Laura continuou com sua vidinha muito gostosa.
    ERA UMA VEZ OS “PENSAMENTOZINHOS” DE UMA GALINHA “MUITO BURRINHA”
    Numa linguagem que cria um clima todo especial de cumplicidade e aconchego Clarice Lispector narra o dia-a-dia de Laura, uma galinha “muito burrinha”, de pescoço muito feio mas com uma bondade enorme que guarda “sentimentozinhos e pensamentozinhos”. Clarice já abre o livro com a explicação do que viria a ser o significado do termo “vida íntima” do título do livro, depois ao dizer que vai contar a vida íntima de Laura. E seguido de uma adivinhação muito gostosa:
    “Agora adivinhem quem é LauraDou-lhe um beijo na testa se adivinhar.”
    Logo após revela que o nome Laura pertence a uma galinha, deixando o clima mais descontraído e envolvente. Palco perfeito para o desenrolar das aventuras de Laura. Com várias passagens em que dialoga com o leitor e faz suas próprias observações, a história se aproxima muito mais da contada oralmente – usando argumentos e recursos que estão muito presentes na linguagem falada – do que da história que é simplesmente escrita.
    Laura, apesar de uma galinha, nessa história ela “cacareja assim: não me matem! Não me matem!”. Além de viver sempre apressadinha e “basta-lhe cacarejar um bate-papo sem fim com as outras galinhas”. Além destes, outros inúmeros exemplos de personificações e tratamento desses animais fabulosos como seres humanos estão presentes no texto inteiro. Inclusive os efeitos moralizantes, típicos de fábulas, como amar alguém pelo que é interiormente, mas pelo seu exterior. Amar o que a pessoa representa e não somente aparenta ser. Como na passagem:
    “Mas elas (as galinhas) não desprezam a carijó por ser de outra raça. Elas até parecem saber que para Deus não existem essas bobagens de raça melhor ou pior”.
    Mas em outros momentos da narrativa, parece que a narradora brinca um pouco com o fato de esta ser uma história infantil moderna, e que nada tem a ver com contos de fadas. Como na passagem, que começa por “Era uma bela noite feliz…” que em seguida é arrematada por “Bela coisa nenhuma! Porque foi terrível! Um ladrão de galinhas tentou roubar Laura….” E a narrativa continua normalmente depois dessa irônica frase parodiando os contos de fadas tão conhecidos pelas crianças. Outra característica é a recorrência sempre ao nome Laura e aos pronomes que a ela se referem, juntamente com as várias paronomásias e aliterações, como figuras de expressão, que ao brincar com os sons produzem a beleza interior e fundamental que condiciona o texto. Em outras passagens, é comum o nivelamento entre ser humano e animal, como por exemplo quando o momento que enquanto as galinhas cacarejavam, o galo Luís “berrava”, entre outras muitas passagens desse tipo.
    O universo íntimo de Laura também parece ser bem trabalhado, já que ela quase não age e todas a narrativa se origina em torno de seus “pensamentozinhos”. Suas ações traduzem suas aspirações:
    “Laura, toda satisfeita, esfregou suas penas com o bico para alisar – igual como a gente penteia os cabelos. Porque ela é muito vaidosa e gosta de estar bem arrumada.”

Perguntas Relacionadas