Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga…
Quase noite. Ao sabor do curso lento
Da água, que as margens em redor alaga,
Seguimos. Curva os bambuais o vento.
Vivo, a pouco, de púrpura, sangrento,
Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga
A derradeira luz do firmamento…
Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga.
Um silêncio tristíssimo por tudo
Se espalha. Mas a lua lentamente
Surge na fímbria do horizonte mudo:
E o seu reflexo pálido, embebido
Como um gládio de prata na corrente,
Rasga o seio do rio adormecido.
Dizer porque é Parnasianismo, e interpretar ele, qual é a mensagem que ele transmiti para o leitor.
Eu o interpretei assim:
O rio seria a nossa vida, que mesmo sem a gente querer, segue . Quando ele fala da noite, logo nos vem a escuridão, a escuridão que a vida pode nos submeter, com o silêncio, ninguém do seu lado para te alegar, o que te deixa mais triste, mais em meio a escuridão que é a noite, uma hora a lua nasce, e se reflete, nesse rio triste. Ou seja, ainda que a vida seja, triste e sombria, sempre á algo que vai refletir sobre os seus sentimentos, e despertar, o sentimento até então adormecido.
Não sei como outras pessoas interpretariam, mais eu vejo assim, espero de coração ter ajudado.
O poema é parnasiano porque foi escrito pelo ícone maior do Parnasianismo, Olavo Bilac e porque, além da forma de soneto, trata de um tema natureza-homem, sendo o segundo elemento escondido na metáfora. Também é parnasiano porque tem rimas ricas e chave de ouro. Outrossim é parnasiano porque cria paradoxos incríveis como “Desmaia o Ocaso”.
Quer transmitir a mensagem de que a vida segue em frente ante as alegrias e medos e ante o normal e as surpresas.
A interpretação nunca é fácil na poesia, porém, neste caso há significados fortes nos verbos e adjetivos que ofuscam a tal ponto os substantivos que a alma do leitor sente seu corpo leve enquanto olha para um reflexo que vem do alto e subverte o encanto sobre a água do rio que é nada mais que a vida.